Uma proteína encontrada no sangue das mulheres grávidas pode ser utilizada para desenvolver um teste para determinar a saúde do bebés, bem como ajudar nos partos eletivos (marcados com antecedência), revela um estudo publicado na revista “Nature Genetics”.
O estudo, liderado pelos investigadores da Universidade Queen Mary, no Reino Unido, realizado em ratinhos e em mulheres grávidas apurou que os níveis baixos de um marcador sanguíneo conhecido por DLK1 eram capazes de prever um crescimento fetal fraco e a ocorrência de complicações na gravidez, podendo, desta forma, ser utilizado como um meio de diagnóstico pré-natal não invasivo.
Na opinião da investigadora é muito importante começar a desenvolver testes que forneçam ao obstetra mais informação antes do parto, para desta forma poderem intervir antes de as complicações atingirem um ponto crítico.
A DLK1 é uma proteína que pode ser encontrada em níveis elevados no sangue da mãe durante a gravidez, tanto em seres humanos como em roedores. Contudo, pouco se sabe sobre a sua origem, o que faz e se fornece alguma informação sobre a saúde do feto.
No estudo, os investigadores começaram por utilizar ratinhos em que eliminaram o gene tanto no feto como na mãe, tendo, posteriormente, medido os níveis da DLK1 para determinar a sua fonte.
Verificou-se que a proteína era proveniente do embrião, o que significa que os seus níveis no sangue materno podem fornecer uma leitura direta do estado biológico do bebé.
Posteriormente, foi analisado de que forma a DLK1 afetava o metabolismo dos ratinhos durante a gravidez. Ao longo de um jejum de 24 horas, os humanos iniciam um processo conhecido por cetose, no qual a dieta de Atkins se baseia, que consiste na utilização da energia armazenada sob a forma de gordura para manter o corpo em funcionamento.
O estudo apurou que, quando a DLK1 era inativada na gravidez dos animais, a resposta ao jejum era alterada, uma vez que o processo de cetose não era iniciado. Estes resultados indicam que a DLK1 desempenha um papel importante no fornecimento de energia para o feto, bem como para o seu crescimento. Adicionalmente, verificou-se que os níveis maternos desta proteína eram capazes de prever a massa corporal da descendência.
Por último, os investigadores estudaram 129 mulheres grávidas, tendo avaliado os níveis da DLK1 no sangue e registado o resultados das gravidezes. Verificou-se que os níveis baixos de DLK1 estavam associados a uma redução do crescimento fetal, resultando em complicações na gravidez, incluindo um pobre fluxo sanguíneo através do cordão umbilical.