O teste pré-natal não invasivo para doenças fetais cromossómicas, como a síndrome de Down, pode ser utilizado também para detetar o cancro materno em estadio precoce, antes de os sintomas aparecerem, dá conta um estudo publicado no “JAMA Oncology”.
Os investigadores do Centro de Genética Humana, na Bélgica, decidiram aumentar a eficácia do teste pré-natal não invasivo de forma a ultrapassar alguns problemas técnicos que podem causar a ocorrência de resultados falsos negativos ou falsos positivos no rastreio de doenças cromossómicas no feto. A síndrome de Down ou trissomia 21, é a anomalia cromossómica mais frequente que ocorre em cerca de um em 700 bebés. O risco de dar à luz um bebé com esta síndrome aumenta com a idade da mãe especialmente a partir dos 36 anos.
“Desta forma sentimos necessidade de melhorara a eficácia do teste. Apesar de ser muito fiável, acreditávamos que podíamos melhorá-lo e ao fazê-lo conseguiríamos também detetar outras anomalias cromossómicas para além da síndrome de Down”, revelou, em comunicado de imprensa, uma das autoras do estudo, Nathalie Brison.
Após terem utilizado o novo método adaptado em mais de 6000 gravidezes e analisado os cromossomas, os investigadores identificaram três anomalias genéticas em três mulheres que não podiam estar associadas a um perfil genómico materno ou fetal. “Verificámos que as anomalias genéticas assemelhavam-se às encontradas no cancro”, referiu a investigadora.
A realização de um exame mais detalhado revelou a presença de três tipos de cancro em estadio precoce: um carcinoma do ovário, um linfoma folicular e um linfoma de Hodgkin. Apesar de esta incidência estar dentro da gama esperada, sem a realização deste teste os cancros não seriam detetados até se tornarem sintomáticos, e consequentemente num estadio mais avançado da doença.
“Tendo em conta o prognóstico reservado de alguns tipos de cancro quando detetados tardiamente, e sabendo que é possível e seguro tratar a doença durante a gravidez, esta é uma vantagem adicional do teste pré-natal não invasivo”, adiantou um outro autor do estudo, Joris Vermeesch.
O investigador explica que durante a gravidez os sintomas associados ao cancro podem estar mascarados. A fadiga, náusea, dor abdominal e perda de sangue vaginal são facilmente interpretados como sintomas da gravidez. Desta forma o teste pré-natal não invasivo oferece uma oportunidade de um rasteiro mais preciso das mulheres em elevado risco de cancro, o que permite ultrapassar o desafio do diagnóstico precoce nas mulheres grávidas.
Teste pré-natal não invasivo deteta cancro materno precoceNotícias de Saúde
Sexta, 12 de Junho de 2015 | 8 Visualizações

O teste pré-natal não invasivo para doenças fetais cromossómicas, como a síndrome de Down, pode ser utilizado também para detetar o cancro materno em estadio precoce, antes de os sintomas aparecerem, dá conta um estudo publicado no “JAMA Oncology”.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Estudo publicado no “JAMA Oncology”
Estudo publicado no “JAMA Oncology”