Os indivíduos com doenças do neurodesenvolvimento como distúrbio do espectro autista, doença obsessiva compulsiva, síndrome de Tourette, dislexia e falhas de linguagem específica, parecem compensar a disfunção através com um sistema do cérebro, poderoso e ágil, conhecido como memória declarativa, dá conta um estudo publicado na revista “Neuroscience and Biobehavioral Reviews”.
Este sistema de compensação permite que os indivíduos com autismo aprendam a lidar com as situações sociais, ajuda os indivíduos com doença obsessiva compulsiva e síndrome de Tourette a controlar os tiques e compulsões e fornece estratégias para ultrapassar dificuldades de linguagem e leitura nos indivíduos diagnosticados com dislexia, autismo ou falhas de linguagem específica.
“Existem múltiplos sistemas de aprendizagem e memória, mas a memória declarativa é a super estrela”, revelou, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Michael Ullman.
De acordo com o investigador, a memória declarativa é extremamente flexível e pode aprender sobre qualquer coisa. Deste modo pode aprender qualquer tipo de estratégias compensatórias e pode mesmo assumir o controlo dos sistemas que estão afetados.
"No entanto, na maioria dos casos, a memória declarativa não consegue substituir na perfeição os sistemas originais, uma razão pela qual os indivíduos com estas doenças continuam a ter problemas apesar da compensação”, acrescentou Michael Ullman.
O facto de se saber que os indivíduos com esta doença podem confiar na memória declarativa permite desenvolver novas formas de melhorar o diagnóstico e tratamento destas condições. O investigador explica que os tratamentos podem ser melhorados de duas formas. Por um lado, o desenho de tratamentos que tenham por alvo a memória declarativa ou que aumentem a aprendizagem através deste sistema poderão aumentar a compensação. Por outro lado, os tratamentos desenvolvidos para evitar a compensação através da memória declarativa podem fortalecer os sistemas disfuncionais.
O estudo refere ainda que a compensação conseguida através da memória declarativa pode também ajudar a perceber por que motivo os rapazes são diagnosticados com estas doenças mais frequentemente que as raparigas.
Estudos anteriores sugeriram que, de uma forma geral, as raparigas e mulheres utilizam melhor a memória declarativa do que os rapazes e homens. Desta forma as mulheres são capazes de compensar mais eficazmente do que os homens.
O estudo refere ainda que a memória declarativa pode também compensar disfunções de outras doenças, como défice de atenção e hiperatividade, afasia ou doença de Parkinson.
Sistema cerebral compensa sintomas de doenças do neurodesenvolvimentoNotícias de Saúde
Quarta, 18 de Fevereiro de 2015 | 165 Visualizações

Os indivíduos com doenças do neurodesenvolvimento como distúrbio do espectro autista, doença obsessiva compulsiva, síndrome de Tourette, dislexia e falhas de linguagem específica, parecem compensar a disfunção através com um sistema do cérebro, poderoso e ágil, conhecido como memória declarativa, dá conta um estudo publicado na revista “Neuroscience and Biobehavioral Reviews”.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Estudo publicado na revista “Neuroscience and Biobehavioral Reviews”
Estudo publicado na revista “Neuroscience and Biobehavioral Reviews”