Uma equipa de investigadores descobriu uma nova forma de se potenciar a eficácia dos tratamentos convencionais para o cancro existentes e, potencialmente, evitar a recorrência de tumores.
Ao exterminarem as células tumorais, os tratamentos convencionais para o cancro, como a quimioterapia e a radioterapia, produzem também resíduos de células tumorais. Estes resíduos podem estimular a inflamação e o crescimento tumoral.
Num estudo conduzido por investigadores do Hospital Brigham and Women’s, EUA e colegas, foi observado que as moléculas conhecidas como resolvinas conseguem bloquear a resposta inflamatória indesejada.
Quando os tratamentos convencionais para o cancro desagregam os tumores, podem espalhar-se e estimular a produção de moléculas conhecidas com citocinas pro-inflamatórias. Estas moléculas são promotoras do crescimento tumoral e foram a base da investigação.
Para o estudo, a equipa administrou fármacos de tratamento em células cancerígenas cultivadas em laboratório e recolheu os resíduos resultantes. Depois injetaram os resíduos com algumas células cancerígenas que não se estavam a desenvolver e observaram que os resíduos estimularam o crescimento das células.
Num ensaio semelhante, a equipa tratou ratinhos com fármacos quimioterápicos para obter resíduos in vivo, dando força à conclusão que os resíduos ajudavam as células cancerígenas sobreviventes a replicarem-se. A equipa concluiu que um lípido – a fosfatidilserina – estimulava as células imunitárias a produzirem uma “tempestade de citocinas” quando era exposto a células cancerígenas.
A equipa especulou então que se os resíduos gerados pelos fármacos promoviam o crescimento tumoral, limpar os resíduos talvez travasse esse processo. Portanto, foram usadas as resolvinas que agem como sinais para travar a inflamação, e verificou-se que as resolvinas combatem as citocinas pro-inflamatórias e estimulam o sistema imunitário, incluindo os macrófagos, a remover os resíduos.
As resolvinas são bio-sintetizadas pelo organismo a partir dos ácidos graxos essenciais ómega-3 e constituem uma nova abordagem na prevenção da “tempestade de citocinas”, em vez de bloquearem apenas um fator pro-inflamatório.
A equipa observou que o tratamento de ratinhos com pequenas quantidades de resolvinas fez inibir o crescimento tumoral promovido pelo tratamento ao cancro e evitou que as células cancerígenas se espalhassem, fazendo daquelas moléculas uma abordagem terapêutica muito promissora.
Remoção dos resíduos de células tumorais melhora tratamento convencional do cancroNotícias de Saúde
Quinta, 07 de Dezembro de 2017 | 136 Visualizações

Fonte de imagem: Medical Xpress
Uma equipa de investigadores descobriu uma nova forma de se potenciar a eficácia dos tratamentos convencionais para o cancro existentes e, potencialmente, evitar a recorrência de tumores.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Estudo publicado na revista “The Journal of Experimental Medicine”
Estudo publicado na revista “The Journal of Experimental Medicine”