Um pequeno grupo de pacientes com esclerose múltipla submetido a terapia imunossupressora com alta dosagem, seguido de transplante com as próprias células estaminais hematopoiéticas, apresentou remissão da doença três anos depois.
A esclerose múltipla é uma doença degenerativa. Os pacientes com esclerose múltipla remitente recorrente (EMRR) submetidos a terapias de modificação da doença contraem, na sua maioria, uma infeção oportunista.
O transplante autólogo (ou seja, com as próprias células do paciente) de células estaminais hematopoiéticas tem vindo a ser alvo de estudo no tratamento da esclerose múltipla com o intuito de eliminar as células causadoras da doença e reprogramar o sistema imunológico.
Richard Nash e a equipa do Instituto do Cancro do Sangue do Colorado do Presbyterian/St. Luke's Medical Center, EUA, contaram com a participação de 24 pacientes com EMRR que receberam terapia imunossupressora com alta dosagem e transplante com células estaminais hematopoiéticas.
Os resultados indicaram que a maioria dos pacientes manteve remissão da doença e demonstrou melhorias na função neurológica. 78,4% dos pacientes apresentou sobrevivência livre de eventos aos três anos após o tratamento, o que significa sobrevivência com ausência de doença ou morte consequente de perda de função neurológica, recaída clínica ou novas lesões observáveis em imagiologia.
Os índices de sobrevivência sem progressão e sem recaída clínica foram, respetivamente, de 90% e 86,3%. Relativamente aos efeitos adversos do tratamento, verificaram-se os efeitos tóxicos esperados, não se tendo registado eventos neurológicos adversos agudos relacionados com o tratamento.
Os autores concluem que “no presente estudo, a terapia imunossupressora com alta dosagem e transplante com células estaminais hematopoiéticas, induziu a remissão da atividade da esclerose múltipla até três anos na maioria dos participantes. Isso poderá assim representar uma potencial opção terapêutica para os pacientes com esclerose múltipla nos quais a imunoterapia convencional tenha falhado, assim como em outras doenças imunomediadas do sistema nervoso central. A maioria dos efeitos tóxicos iniciais eram hematológicos e gastrointestinais, eram expectáveis e reversíveis. É necessário um acompanhamento mais longo para determinar a durabilidade da resposta”.
Remissão de Esclerose Múltipla após transplante de células estaminaisNotícias de Saúde
Quarta, 07 de Janeiro de 2015 | 653 Visualizações

Um pequeno grupo de pacientes com esclerose múltipla submetido a terapia imunossupressora com alta dosagem, seguido de transplante com as próprias células estaminais hematopoiéticas, apresentou remissão da doença três anos depois.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Estudo publicado na “JAMA Neurology”
Estudo publicado na “JAMA Neurology”