A forma como se reage ao stress é mais importante para a saúde do que frequência com que se é submetido a este tipo de evento, sugere um estudo publicado na revista “Psychosomatic Medicine”.
Estudos anteriores já tinham sugerido que o stress e as emoções negativas podem aumentar o risco de doença cardíaca, contudo as razões ainda não são bem conhecidas. Uma via potencialmente envolvida na associação entre o stress e uma doença cardíaca futura é a desregulação do sistema nervoso autónomo.
Neste estudo, os investigadores da Universidade da Columbia, nos EUA, decidiram averiguar se o stress diário e a variabilidade da frequência cardíaca, uma medição da desregulação do sistema nervoso autónomo, estão associadas. A variabilidade da frequência cardíaca é a variação do intervalo de tempo entre batimentos cardíacos consecutivos.
“Uma maior variabilidade da frequência cardíaca é melhor para a saúde uma vez que reflete a capacidade de responder a desafios. Os indivíduos com uma baixa variabilidade da frequência cardíaca apresentam um maior risco de doença cardiovascular e morte prematura”, explicou uma das autoras do estudo, Nancy L. Sin.
A depressão e os eventos stressantes são conhecidos por serem prejudiciais para a saúde, mas tem sido dada pouca atenção às consequências das frustrações e aborrecimentos da vida quotidiana na saúde. Poucos foram os estudos que tinham abordado a relação entre a variabilidade da frequência cardíaca e os eventos stressantes diários.
No estudo, os investigadores analisaram os dados de 909 participantes, incluindo entrevistas telefónicas diárias ao longo de oito dias consecutivos e resultados de um eletrocardiograma.
Durante as entrevistas telefónicas diárias, os participantes foram solicitados a relatar e a classificar os eventos stressantes a que tinham sido submetidos naquele dia. Foram também questionados sobre as emoções negativas, nomeadamente irritação, tristeza e nervosismo. Em média, os participantes relataram ter pelo menos uma experiência stressante em 42% dos dias de entrevista. Estas experiências foram geralmente classificadas como um pouco stressantes.
O estudo apurou que os participantes que relataram ser submetidos a vários eventos stressantes não eram necessariamente aqueles que apresentavam menor variabilidade da frequência cardíaca. Independentemente da quantidade ou intensidade dos eventos stressantes, o que teve relevância foi o modo como os eventos eram encarados. Quem os sentiu de uma forma mais stressante ou teve um pico de emoções negativas apresentou uma menor variabilidade da frequência cardíaca, o que se traduz num maior risco de doenças cardíacas.
"Estes resultados significam que as perceções de um indivíduo e as reações emocionais a eventos stressantes são mais importantes que a exposição ao stress por si só. Isto reforça a evidência de que pequenos aborrecimentos podem influenciar a saúde. Esperamos que estes resultados ajudem ao desenvolvimento de intervenções capazes de melhorar o bem-estar da vida quotidiana e a promoção de uma saúde melhor”, concluiu a investigadora.
Reação ao stress mais importante que a frequênciaNotícias de Saúde
Terça, 01 de Março de 2016 | 16 Visualizações

Fonte de imagem: huffingtonpost
A forma como se reage ao stress é mais importante para a saúde do que frequência com que se é submetido a este tipo de evento, sugere um estudo publicado na revista “Psychosomatic Medicine”.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Estudo publicado na revista “Psychosomatic Medicine”
Estudo publicado na revista “Psychosomatic Medicine”