A partir de janeiro, os medicamentos inovadores para o tratamento da Hepatite C vão começar a ser disponibilizados, de acordo com Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.
O Infarmed referiu em comunicado que, após alguns meses de negociação, conseguiu chegou a acordo com a indústria farmacêutica para a comparticipação do tratamento da Hepatite C.
A notícia avançada pela agência Lusa refere que a despesa global inicialmente prevista para este tratamento era de 30 milhões de euros, mas, de acordo com o Infarmed, o processo de negociação permitiu alcançar uma redução de cerca de 60% do valor estimado.
Anteriormente, o tratamento estava disponível mediante um procedimento de exceção, designado por Autorização de Utilização Especial, no entanto, com o acordo alcançado, o tratamento passa a estar disponível para os doentes em todo o mercado nacional, já a partir de janeiro.
O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, tinha referido em dezembro que havia doentes com hepatite C “a serem condenados à morte” por ainda não ter sido autorizada a comparticipação de novos medicamentos para combater a doença.
Na altura, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, criticava aquilo que chamava de uma “sistemática pressão” sobre o Estado para a introdução de novos medicamentos, afirmando que só este ano vão ser gastos cerca de “90 milhões de euros em medicamentos inovadores”.
Escusando-se a comentar as declarações do bastonário da Ordem dos Médicos sobre as dificuldades de acesso a medicamentos inovadores, em especial para a hepatite C, Paulo Macedo reafirmava que, “para chegar a um acordo”, era preciso existir um entendimento entre o Estado e a indústria farmacêutica.
“A questão que vejo sempre ser referida é sempre do lado do Estado, designadamente tanto mais grave quanto estamos em negociações [com a indústria farmacêutica]”, disse então, acrescentando que “é sistematicamente uma pressão sobre o lado do Estado, para o Estado introduzir a qualquer preço e sem discutir [um medicamento inovador], que é o que o Estado faz ao longo dos anos”.