A hepatite B crónica, uma doença que não tem atualmente cura, pode no futuro ser eliminada do sistema imunológico dos indivíduos afetados, sugere um estudo publicado na revista “Immunity”.
A maioria dos adultos saudáveis infetados com o vírus da hepatite B desenvolvem imunidade protetora, sendo a infeção eliminada em poucos meses. Contudo, as crianças que adquirem o vírus das mães não são capazes de eliminar o vírus da hepatite B. Estas crianças estão destinadas a viver com o vírus para o resto das suas vidas.
Na opinião de um dos autores do estudo, Jing-hsiung James Ou, os macrófagos hepáticos, um tipo de células imunes do fígado que eliminam substâncias estranhas e toxinas, podem ser alvo de um tratamento futuro.
Os antigénios maternos virais ensinam os macrófagos hepáticos dos filhos a suprimir um tipo de glóbulos brancos ou leucócitos denominados linfócitos T citotóxicos (CTL, sigla em inglês). Desta forma, quando os bebés são expostos ao vírus, os macrófagos hepáticos irão suprimir o seu próprio sistema imunológico para a combater a infeção.
Contudo, neste estudo os investigadores da Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA, foram capazes de suprimir os macrófagos num modelo de ratinhos, ativar os CTL e eliminar a infeção.
Para o estudo os investigadores utilizaram ratinhos cujas mães tinham o vírus da hepatite B (grupo experimental) e ratinhos em que as mães não estavam infetados com este vírus (grupo controlo). Foi introduzido ADN indutor do vírus da hepatite B no fígado da descendência.
Através das medições realizadas ao longo das 28 semanas de experiência, os investigadores constataram que os macrófagos hepáticos do grupo experimental viraram-se contra os CTL, o que enfraqueceu este tipo de células.
Com o intuito de remover os macrófagos que impediam o sistema imunitário de eliminar a infeção pelo vírus da hepatite B, foi injetado no grupo experimental um fármaco que eliminava estas células. Este procedimento foi realizado dois dias antes e uma vez a cada cinco dias após o ADN do vírus da hepatite B ter sido introduzido. No total, o fármaco foi administrado quatro vezes.
O estudo apurou que o fármaco removeu os macrófagos e restaurou a atividade normal dos CTL, conduzindo à eliminação do vírus em cerca de quatro semanas.
Com base nestes resultados Jing-hsiung James Ou concluiu que, no futuro, o tratamento da hepatite B crónica pode durar apenas um mês em vez de toda a vida.
Hepatite B crónica: poderá ser eliminada no futuro?Notícias de Saúde
Sexta, 06 de Maio de 2016 | 228 Visualizações

Fonte de imagem: alagoas24horas
A hepatite B crónica, uma doença que não tem atualmente cura, pode no futuro ser eliminada do sistema imunológico dos indivíduos afetados, sugere um estudo publicado na revista “Immunity”.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Estudo publicado na revista “Immunity”
Estudo publicado na revista “Immunity”