O uso excessivo de quimioterapia no tratamento contra o cancro pode resultar em dificuldades de atenção e levar a uma mente mais divagante, conclui um estudo levado a cabo nos EUA.
Há muito tempo que se suspeitava que a quimioterapia produzia efeitos negativos no cérebro, o que se convencionou chamar “quimio-cérebro”. Um estudo da Universidade da Colúmbia Britânica (UCB), nos EUA, conseguiu pela primeira vez explicar por que motivo pacientes que tenham recebido quimioterapia possuem maiores dificuldades de concentração.
Na investigação levada a cabo pelos Departamentos de Psicologia e Fisioterapia da UCB os cientistas decidiram monitorizar a atividade cerebral de sobreviventes do cancro da mama.
De acordo com Tom Handy, professor de Psicologia na UBC, um cérebro saudável funciona de maneira cíclica. Uma pessoa pode focar-se numa tarefa durante alguns segundos e, de seguida, deixar o seu cérebro divagar um pouco.
Através deste estudo os cientistas descobriram que, contrariamente a um cérebro normal, o quimio-cérebro encontra-se constantemente a divagar.
Mesmo quando as participantes pensaram estar focadas numa tarefa, os dados registados pela monitorização indicaram que grande parte do cérebro se encontrava desligada e a mente se encontrava a divagar.
Os cientistas descobriram ainda que as mulheres participantes encontravam-se mais embrenhadas no seu próprio mundo interior. Quando as mulheres não se encontravam a realizar qualquer tarefa e tinham simplesmente de descansar, o seu cérebro encontrava-se mais ativo do que o das mulheres saudáveis.
Kristin Campbell, líder do estudo, revelou que estes achados poderão ajudar os profissionais de saúde não só a identificar efeitos secundários no cérebro de pacientes submetidos a quimioterapia, como ainda a medir os efeitos da quimioterapia no cérebro e avaliar melhorias ao longo do tempo.
“Os médicos reconhecem agora que os efeitos do tratamento do cancro prolongam-se muito para além do seu término e estes efeitos podem ter um grande impacto na vida de uma pessoa”, acrescenta.
Efeitos de longo prazo da quimioterapia sobre o cérebro provados pela primeira vezNotícias de Saúde
Terça, 28 de Abril de 2015 | 765 Visualizações

O uso excessivo de quimioterapia no tratamento contra o cancro pode resultar em dificuldades de atenção e levar a uma mente mais divagante, conclui um estudo levado a cabo nos EUA.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Investigação divulgada na “Clinical Neurophysiology”
Investigação divulgada na “Clinical Neurophysiology”