O Governo criou uma plataforma de investigadores para preparar um plano de contingência para a entrada em Portugal continental de mosquitos transmissores de doenças tropicais. Uma decisão motivada pelo surto de dengue na Madeira.
A plataforma, que reúne especialistas em saúde pública e entomologia médica, a ciência que estuda os mosquitos que transmitem doenças aos humanos, foi criada para "organizar respostas no caso de serem identificados mosquitos vetores de doenças tropicais", revelou à agência Lusa o diretor-geral da Saúde, Francisco George.
A Plataforma de Especialistas em Entomologia Médica e Saúde Pública, criada em dezembro por despacho conjunto dos ministérios da Saúde e da Educação e Ciência reúne investigadores da Direção Geral da Saúde (DGS), do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Após uma primeira reunião em janeiro, os investigadores reúnem-se novamente este mês, disse à agência Lusa a coordenadora da plataforma, Cristina Abreu, da DGS.
A especialista reconheceu que "o surto de dengue na região autónoma da Madeira foi o gatilho para a criação desta plataforma", mas afirmou que o foco dos investigadores serão todas as doenças transmitidas por vetores, sejam insetos voadores ou carraças.
"Neste momento a dengue é a nossa principal preocupação, porque está aqui ao lado, mas há outros", disse, exemplificando com o chickungunya, doença tropical transmitida por mosquitos de que houve recentemente surtos em Itália e Grécia.
Cristina Abreu referiu que alguns dos objetivos da plataforma incluem: propostas de normas de vigilância para detetar precocemente os mosquitos, vigiar a densidade populacional de vetores que possam transmitir doenças humanas, preparar planos contingência e fazer investigação a nível entomológico.
Banco da Saúde