Centros de saúde vazios, em contraste com urgências hospitalares entupidas, têm sido registados nesta epidemia de gripe, penalizando os utentes com elevados tempos de espera e os profissionais de saúde com muitos doentes para atender.
A situação foi hoje lamentada pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, à margem de uma visita a alguns serviços do Hospital Dr. Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), conhecido como “o calcanhar de Aquiles” das urgências durante a época gripal.
Segundo o governante, e ao contrário do que aconteceu no passado, este ano «não se registaram situações de caos nas urgências devido à gripe», ainda que muitos utentes tenham tido de esperar várias horas para ser atendidos.
No Amadora-Sintra, por exemplo, os doentes com pulseira amarela (urgentes) chegaram a aguardar 11 horas para serem atendidos nos dias 27 de dezembro e 04 de janeiro.
Nesses dias, os doentes com pulseira verde (pouco urgentes) aguardaram perto de 19 horas por um atendimento.
Num dia, este serviço atendeu 1.189 doentes: entre as 12:00 do dia 3 de janeiro e as 12:00 do dia seguinte.
Com equipas fixas de 12 médicos nas urgências, este hospital tem encaminhado doentes transportados pelo INEM para outras unidades de saúde (hospitais de São José e Santa Maria, em Lisboa), medida prevista para esta época gripal e que está em vigor até quarta-feira.
O hospital tem 700 camas de internamento, que se encontram ocupadas, e 55 no Serviço de Observação (SO), também lotadas.
Manuel Delgado congratulou-se com a ausência do caos nas urgências, mas reconheceu os longos tempos de espera que os utentes tiveram de suportar, pedindo desculpas por isso.
Para o governante, o sistema não tem falhado e mesmo o encaminhamento de doentes (entre hospitais) tem-se revelado uma medida positiva para as unidades de saúde mais procuradas.
No entanto, o secretário de Estado da Saúde lamentou que os centros de saúde – que nesta época têm o horário alargado – não estejam a ser procurados pelos utentes.
Trata-se de uma situação que provoca algum «desespero», afirmou, acrescentando: «Temos centros de saúde com as condições adequadas, com médicos e outros profissionais de saúde, mas que estão vazios».
Para Manuel Delgado, trata-se de uma «questão cultural» que urge alterar, talvez com mais informação.
«A urgência hospitalar tem sido uma porta de entrada para todo o tipo de exames necessários. Por esta razão, estamos a aumentar as valências dos centros de saúde de forma a estes se tornarem mais atrativos», adiantou, citado pela "Lusa".
O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) vai divulgar hoje o Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, com os dados mais recentes da doença.
O boletim da semana passada apontava para uma taxa de incidência de síndroma gripal de 63,8 por 100 mil habitantes, tratando-se, segundo este organismo, de «uma atividade gripal de intensidade moderada, com tendência estável».
Ao nível da mortalidade, esta apresentava valores acima do esperado. - See more at: http://www.netfarma.pt/noticia/centros-de-saude-urgencias-gripe#sthash.bH7JrumM.dpuf
Centros de saúde vazios ao contrário das urgências entupidas nesta época gripalNotícias de Saúde
Quinta, 12 de Janeiro de 2017 | 19 Visualizações

Fonte de imagem: Jornal Alpiarcense
Centros de saúde vazios, em contraste com urgências hospitalares entupidas, têm sido registados nesta epidemia de gripe, penalizando os utentes com elevados tempos de espera e os profissionais de saúde com muitos doentes para atender.
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