A toma de um fármaco quimioterápico, o gemcitabine, após a remoção de um cancro pancreático aumenta a taxa de sobrevivência, dá conta um estudo publicado no “JAMA”.
O cancro do pâncreas é uma doença com um prognóstico muito pobre, principalmente devido à incapacidade de deteção do tumor nos estádios iniciais, ao seu elevado potencial de disseminação, e à sua relativamente fraca sensibilidade à quimioterapia e radioterapia.
Os investigadores da Universidade de Berlim, na Alemanha, acrescentaram que o rácio geral da incidência de mortalidade é quase de 98%. Apenas uma minoria dos pacientes tem doença localizada que pode ser tratada através da ressecção cirúrgica do tumor.
Contudo, mesmo após a completa remoção cirúrgica, a grande maioria dos pacientes tem uma reincidência num prazo de dois anos, o que conduz a uma taxa de sobrevivência de cinco anos de menos de 25%.
A gemcitabine é o tratamento habitual para este tipo de cancro, no entanto o seu efeito na sobrevivência após a cirurgia ainda não tinha sido demonstrado. Neste estudo, os investigadores analisaram um total de 354 pacientes que tinham sido submetidos a uma cirurgia para remoção total do cancro.
O estudo apurou que a mediana de tempo de sobrevivência dos pacientes sem qualquer progressão da doença foi de 13,4 e 6,7 meses para os indivíduos submetidos ao tratamento e apenas mantidos sob observação, respetivamente
Os investigadores também constataram que havia diferenças significativas na sobrevivência global entre os dois grupos de estudo, 22,8 e 20,2 meses para os indivíduos tratados com gemcitabine e apenas mantidos sob observação, respetivamente.
“Estes resultados mostraram que para os pacientes com remoção completa do cancro do pâncreas, a utilização da gemcitabine ao longo de seis meses, comparativamente com a observação dos pacientes, aumenta a sobrevivência global assim como a sobrevivência sem sinais de doença”, revelaram os investigadores em comunicado de imprensa.
Os autores do estudo concluíram que o tratamento com gemcitabine conduz a um aumento de 24% do tempo global de sobrevivência dos pacientes.
Banco da Saúde