O cancro do pâncreas metastático, que se disseminou do pâncreas para outros tecidos e é responsável pela maioria das mortes, altera o seu metabolismo e é “reprogramado” para uma malignidade ótima, sugere um estudo publicado na revista “Nature Genetics”.
De acordo com os investigadores da Universidade de Vanderbilt, nos EUA, é possível reverter a reprogramação maligna para tratar o cancro de pâncreas metastático. No estudo os investigadores identificaram um composto que reverte a reprogramação e impede a formação do tumor.
Os cientistas, liderados por Oliver McDonald, decidiram averiguar como o cancro pancreático progride do tumor primário no pâncreas para a doença metastática. A teoria prevalente é que a progressão do cancro, que é impulsionada pela acumulação de mutações genéticas que aumentam a “aptidão” tumorogénica, é válida para os primeiros estadios da progressão, mas, ao que parece, as metástases encontraram novas formas de aumentar as suas aptidões.
Em vez de analisarem as alterações genéticas durante a progressão do cancro, os investigadores analisaram a epigenética, ou seja, modificações do ADN cromossómico e proteínas que controlam a função genética. Foram analisadas um conjunto único de amostras do cancro primário e metastático de pacientes que tinham morrido da doença.
Os investigadores ficaram surpresos por terem encontrado alterações epigenéticas maciças ao longo do genoma de metástases distantes, comparativamente com células tumorais primárias e "carcinomatose” peritoneal, uma forma localizada de metástase intra-abdominal que se acredita que não se dissemina através da corrente sanguínea.
O estudo apurou ainda que as metástases distantes alteravam o seu metabolismo através do consumo de quantidades excessivas de glucose e direcionavam-no através da via metabólica pentose fosfato. Verificou-se que uma enzima específica desta via, a PGD, permite a conversão da glucose em metabolitos que impulsionam diretamente o crescimento do tumor.
Os cientistas apuraram que o bloqueio da PGD, com um inibidor farmacológico, reverteu a reprogramação epigenética e as alterações da expressão genética maligna detetadas nas metástases distantes e também inibiu fortemente a sua capacidade de formar tumores. Não foram detetados efeitos nas células saudáveis.
Estes achados podem ajudar a explicar por que motivo os tumores metastáticos progridem frequentemente mais rápido que os tumores primários. O estudo sugere assim que, as células do cancro do pâncreas que se disseminam para outros órgãos que recebem um fornecimento de sangue rico em glucose e outros nutrientes, adquirem adaptações metabólicas para utilizarem estes recursos naturais para aumentar a sua aptidão tumorogénica.
Cancro do pâncreas metastático é “reprogramado” para uma malignidade ótimaNotícias de Saúde
Sábado, 21 de Janeiro de 2017 | 46 Visualizações

Fonte de imagem: Huffingtonpost
O cancro do pâncreas metastático, que se disseminou do pâncreas para outros tecidos e é responsável pela maioria das mortes, altera o seu metabolismo e é “reprogramado” para uma malignidade ótima, sugere um estudo publicado na revista “Nature Genetics”.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Estudo publicado na revista “Nature Genetics”
Estudo publicado na revista “Nature Genetics”