Um estudo apurou que o colesterol HDL, o chamado “bom “colesterol, poderá afinal não ser tão bom quando existe em níveis muito elevados no sangue.
Conduzido por Marc Allard-Ratick e equipa, da Faculdade de Medicina da Universidade Emory, Atlanta, EUA, o estudo foi recentemente apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia que decorreu em Munique, Alemanha.
“Poderá ser altura de alterarmos a forma como vemos o colesterol HDL. Tradicionalmente, os médicos diziam aos pacientes que quanto mais elevado é o nosso “bom” colesterol, melhor. No entanto, os resultados deste estudo e de outros sugerem que isto poderá não se verificar mais”, comentou o autor do estudo.
Este tipo de colesterol é apelidado de “bom” pois a molécula HDL contribui para o transporte do colesterol do sangue e paredes dos vasos sanguíneos para o fígado e depois para fora do corpo, reduzindo assim o risco de obstrução das artérias e aterosclerose. Os níveis reduzidos de colesterol HDL fazem aumentar o risco de aterosclerose e de doenças cardiovasculares.
No entanto, tem havido dúvidas sobre o efeito protetor de níveis muito elevados de colesterol HDL.
Para clarificar aquela dúvida, a equipa de investigadores analisou a relação entre os níveis de colesterol HDL e o risco de ataque cardíaco em 5.965 pacientes, com uma mediana de idades de 63 anos, e cuja maioria tinha uma doença cardiovascular. Os participantes foram divididos em cinco grupos, segundo os níveis de colesterol HDL e seguidos durante uma média de quatro anos.
Durante o período de acompanhamento, foram registados 769 (13%) ataques cardíacos ou mortes por doença cardiovascular.
Foi observado que os participantes com 41-60 mg/dl (1.1-1.5 mmol/L) de colesterol HDL apresentavam o risco menor de doença ou morte cardiovascular. O risco era maior nos participantes com níveis reduzidos (menos de 41 mg/dl) ou muito elevados (mais de 60 mg/dl) de colesterol HDL, resultados estes que produziram uma curva em U em termos gráficos.
Com efeito, os participantes com níveis de colesterol superiores a 60 mg/dl tinham um risco quase 50% maior de doença ou morte cardiovascular, o que questiona a teoria que considera os níveis muito elevados de “bom” colesterol como benéficos.
“Bom” colesterol muito elevado pode ser mauNotícias de Saúde
Sexta, 05 de Outubro de 2018 | 36 Visualizações

Fonte de imagem: YouTube
Um estudo apurou que o colesterol HDL, o chamado “bom “colesterol, poderá afinal não ser tão bom quando existe em níveis muito elevados no sangue.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Estudo apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia
Estudo apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia