Investigadores americanos identificaram o que parecem ser os primeiros passos que conduzem à inflamação das articulações num modelo da artrite inflamatória, dá conta um estudo publicado na revista “Science Immunology”.
Os investigadores do Hospital Geral de Massachusetts, nos EUA, descobriram como a expressão de uma molécula específica, o complemento C5a, é necessária para fazer com que um tipo de células imunitárias, os neutrófilos, adiram à superfície das articulações e migrem para a articulação, um processo conhecido por desencadear a cascata inflamatória.
Segundo o Hospital Geral de Massachusetts, em informação veiculada na sua página da Internet, a artrite inflamatória inclui várias doenças autoimunes das articulações, incluindo a artrite reumatóide e o lúpus, sendo em muitos casos causada por um tipo de inflamação denominada por hipersensibilidade tipo III.
Esta reação surge quando uma acumulação localizada de complexos imunes, anticorpos associados aos antigénios, é depositada no tecido e desencadeia uma resposta inflamatória que envolve a infiltração e ativação de células imunitárias, inicialmente os neutrófilos. No que diz respeito à hipersensibilidade tipo III, acredita-se que as células imunes nos tecidos sintam a presença destes complexos imunes através de recetores específicos e libertem fatores inflamatórios, as citoquinas, que ativam as células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos adjacentes que promovem o recrutamento de neutrófilos.
Com o intuito de compreender melhor qual o papel de algumas moléculas quimiotáticas na hipersensibilidade tipo III, os investigadores, liderados por Yoshishige Miyabe, utilizaram um tipo de microscópio que permitiu a visualização em tempo real do desenvolvimento de complexos imunes indutores da artrite num modelo de ratinhos da artrite reumatoide.
O estudo apurou que a presença dos complexos imunes num espaço articular induz a produção do complemento C5a, um componente do sistema imune inato, que posteriormente fica presente nas paredes internas dos vasos sanguíneos adjacentes. A C5a inicia diretamente a adesão dos neutrófilos às paredes dos vasos através da interação com o recetor C5a nos neutrófilos, que passam para o espaço da articulação e desencadeiam a inflamação.
Após o processo inflamatório ter sido iniciado, os neutrófilos no espaço articular libertam a interleuquina 1, que induz as células presentes no espaço articular a produzirem moléculas quimiotáticas, as quimoquinas, que facilitam posteriormente o movimento dos neutrófilos no espaço articular. Os neutrófilos nas articulações também produzem diretamente quimoquinas que amplificam o recrutamento de células e a sua sobrevivência no espaço articular.
Andrew Luster, um dos autores do estudo, refere que o controlo da entrada das células imunitárias na articulação representa um ponto importante para o desenvolvimento de novas terapias de forma a reduzir os sintomas da artrite reumatoide.
O investigador acrescentou que a imagem das articulações pode ajudar a avaliar o mecanismo do efeito terapêutico de um fármaco e se o processo é mediado por mais do que uma molécula quimiotática.
Artrite inflamatória: identificados os primeiros passosNotícias de Saúde
Quarta, 25 de Janeiro de 2017 | 176 Visualizações

Fonte de imagem: Ortocenter
Investigadores americanos identificaram o que parecem ser os primeiros passos que conduzem à inflamação das articulações num modelo da artrite inflamatória, dá conta um estudo publicado na revista “Science Immunology”.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Estudo publicado na revista “Science Immunology”
Estudo publicado na revista “Science Immunology”