A macroglobulinemia (macroglobulinemia de Waldenström) é uma perturbação na qual as células plasmáticas produzem uma quantidade excessiva de macroglobulinas (anticorpos grandes) que se acumulam no sangue.
A macroglobulinemia tem origem num grupo (clone) de linfócitos cancerosos e de células plasmáticas. Afecta com mais frequência os homens do que as mulheres e a idade média em que se manifesta a perturbação é a dos 65 anos. A causa é desconhecida.
Sintomas e diagnóstico
Muitos indivíduos afectados de macroglobulinemia não têm sintomas. Outros, cujo sangue se espessou (síndroma de hiperviscosidade) devido à grande quantidade de macroglobulinas, apresentam uma redução do fluxo sanguíneo na pele, nos dedos das mãos e dos pés e no nariz, além de muitos outros sintomas que incluem hemorragias na pele e em membranas mucosas (como as camadas que restem a boca, o nariz e o tracto intestinal), fadiga, fraqueza, dor de cabeça, vertigem e inclusive coma.
O sangue espesso também agrava o estado cardíaco e causa um aumento da pressão no cérebro. Os diminutos vasos sanguíneos localizados na parte posterior dos olhos podem congestionar-se e sangrar, lesando a retina e dificultando a visão.
As pessoas que sofrem de macroglobulinemia também podem apresentar gânglios linfáticos aumentados, borbulhagem, um aumento do fígado e do baço, infecções bacterianas recorrentes e anemia.
A macroglobulinemia produz muitas vezes crioglobulinemia, uma doença caracterizada pela presença de crioglobulinas, anticorpos anormais que precipitam (formam partículas sólidas) no sangue quando a temperatura desce abaixo da do corpo e se dissolvem quando esta recupera. As pessoas que sofrem de crioglobulinemia podem tornar-se muito sensíveis ao frio ou sofrer do fenómeno de Raynaud, em que as mãos e os pés doem muito e se tornam brancos quando expostos ao frio.
As análises ao sangue detectam anomalias em indivíduos que sofrem de macroglobulinemia. Os valores de glóbulos vermelhos e brancos, tal como a quantidade de plaquetas, podem ser anormalmente baixos e a velocidade de sedimentação globular, parâmetro de medição da velocidade a que os glóbulos vermelhos (eritrócitos) chegam ao fundo de um tubo de ensaio, em geral apresenta valores anormalmente altos. Os resultados das análises de coagulação do sangue podem ser anormais e outras análises podem detectar crioglobulinas. Podem aparecer proteínas de Bence Jones (fragmentos de anticorpos anormais) na urina. Mas os exames de diagnóstico mais úteis são a electroforese das proteínas de soro e a imunoelectroforese, que detectam grande quantidade de macroglobulinas anormais na amostra de sangue.
As radiografias podem mostrar uma perda de densidade óssea (osteoporose). A biopsia da medula óssea, pela qual se extrai uma amostra da medula mediante agulha e seringa e se examina ao microscópio, pode demonstrar um aumento na quantidade de linfócitos e de células plasmáticas, o que contribui para confirmar o diagnóstico.