A esclerose múltipla é uma doença neurológica incapacitante que afecta o sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal). Esta doença é geralmente progressiva, o que significa que se agrava ao longo do tempo.
As células nervosas são normalmente envolvidas por uma bainha isoladora denominada mielina, que ajuda a transmitir os impulsos nervosos.
Na esclerose múltipla, a bainha de mielina fica inflamada ou danificada, o que perturba ou atrasa a condução dos impulsos nervosos. A inflamação deixa áreas de cicatrização denominadas esclerose. A esclerose múltipla pode lesar também as células nervosas (neurónios), além do revestimento de mielina.
A perturbação da condução dos impulsos nervosos na esclerose múltipla provoca diversos sintomas. Pode afectar a visão, a capacidade para mover partes do corpo e a sensibilidade (como é o caso da sensibilidade dolorosa e da táctil).
Os sintomas geralmente são intermitentes no início da doença. Os períodos em que os sintomas se agravam subitamente são denominados surtos e alternam com períodos em que os sintomas melhoram, denominados remissões.
Muitas pessoas apresentam uma longa história de surtos de esclerose múltipla ao longo de várias décadas. Nestes casos, a doença pode agravar-se por etapas, quando ocorrem os surtos. Noutros indivíduos, a doença agrava-se de forma progressiva e, numa minoria de doentes, a esclerose múltipla tem uma evolução quase imperceptível e os doentes passam anos sem surtos.
Os cientistas pensam que a esclerose múltipla é uma doença auto-imune, o que significa que o sistema imunitário ataca erradamente o próprio corpo do doente. Neste caso, são atacadas as bainhas de mielina dos nervos.
Nalguns casos, o factor desencadeante para um surto de esclerose múltipla parece ser uma infecção viral. Outras situações de stress físico ou emocional podem ser também responsáveis pelo surto. A altura da ocorrência, a duração e as lesões provocadas pelos surtos de esclerose múltipla são imprevisíveis.
Os sintomas de esclerose múltipla geralmente começam antes dos 40 anos de idade, mas a doença também pode surgir entre os 40 e os 60 anos. As pessoas com familiares próximos que sofrem de esclerose múltipla têm maior probabilidade de desenvolver a doença. Esta patologia atinge duas a três vezes mais as mulheres do que os homens.