A esquizofrenia é uma doença difícil de diagnosticar e tratar, em parte porque se manifesta de um modo diferente nos pacientes. Uma equipa de investigadores americanos criou um mapa que demonstra como sintomas específicos da doença estão associados a circuitos cerebrais distintos, dá conta um estudo publicado na revista “Molecular Neuropsychiatry”.
O estudo realizado pelos investigadores da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, vem mais uma vez comprovar que a esquizofrenia não uma única doença, mas uma constelação complexa de problemas dos circuitos neuronais. Adicionalmente, este estudo também reforça o valor potencial da neuroimagiologia na identificação e conhecimento da doença, com o intuito de encontrar novas e promissoras abordagens terapêuticas e ajudar os médicos a acompanharem o progresso dos pacientes ao longo da terapia.
Para o estudo os investigadores, liderados por Aysenil Belger, compararam os resultados das ressonâncias magnéticas realizadas a mais de 100 pacientes com esquizofrenia, com os obtidos nos indivíduos sem doenças psiquiátricas. Ao longo da realização dos exames os indivíduos foram convidados a ouvir tons simples e a detetar mudanças de tom.
A análise revelou que os pacientes com esquizofrenia demonstraram uma atividade cerebral bem menos marcada durante a deteção das alterações dos tons, comparativamente com o grupo de controlo, uma diferença que se tornou mais evidente à medida que os sintomas se agravaram.
Porém, os resultados mais intrigantes surgiram quando os investigadores analisaram os padrões de atividade cerebral de pacientes com sintomas distintos. O estudo focou-se nos chamados sintomas negativos da esquizofrenia, como problemas no discurso, emoções turvas, falta de motivação, e incapacidade de sentir prazer. De acordo com os investigadores, os sintomas negativos são mais difíceis de tratar com os atuais medicamentos e podem dificultar as relações e capacidade de manter um emprego.
A análise das ressonâncias magnéticas revelou diferentes circuitos neurais associadas a problemas que à primeira vista pareciam semelhantes. Enquanto um médico pode achar difícil analisar se a forma afetada de conversação de um paciente está associada à falta de ligações emocionais ou problemas de formação de palavras, as ressonâncias magnéticas clarificaram este processo. Por exemplo, estes sintomas específicos foram associados a perturbações em áreas do cérebro envolvidas no processamento das emoções, enquanto outros sintomas foram mais associados a regiões responsáveis pela linguagem e controlo motor.
"Ficamos surpresos com o grau com que estes circuitos estavam associados a sub-sintomas diferentes, e por que houve, em alguns casos, uma quase completa falta de sobreposição do circuito entre estes sub-sintomas diferentes", revelou, em comunicado de imprensa o investigador.
“Muitos destes sub-sintomas estão presentes também noutras doenças neuropsiquiátricas. Deste modo, encontrar uma via neurológica ou desenvolver um tratamento para estes sintomas específicos pode ajudar a resolver várias condições”, conclui Aysenil Belger.
Esquizofrenia: sintomas estão associados a circuitos cerebrais distintosNotícias de Saúde
Terça, 01 de Dezembro de 2015 | 280 Visualizações

Fonte de imagem: movenoticias
A esquizofrenia é uma doença difícil de diagnosticar e tratar, em parte porque se manifesta de um modo diferente nos pacientes. Uma equipa de investigadores americanos criou um mapa que demonstra como sintomas específicos da doença estão associados a circuitos cerebrais distintos, dá conta um estudo publicado na revista “Molecular Neuropsychiatry”.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Estudo publicado na revista “Molecular Neuropsychiatry”
Estudo publicado na revista “Molecular Neuropsychiatry”