Investigadores australianos dão mais um passo importante no sentido de bloquear o desenvolvimento da esclerose múltipla e outras doenças autoimunes, dá conta um estudo publicado na revista “Nature”.
A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa que afeta o sistema nervoso central e que surge frequentemente entre os 20 e os 40 anos de idade. Esta doença afeta com maior incidência as mulheres do que os homens. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, estima-se que existam 2.500.000 pessoas com esclerose múltipla em todo o mundo e em Portugal mais de 8.000.
Os investigadores da Universidade da Adelaide, Austrália, identificaram uma proteína chave que está envolvida na resposta imunológica “super-inflamatória” que conduz à esclerose múltipla e outras doenças autoimunes.
A proteína é um recetor de uma quimoquina envolvida na movimentação de um tipo de células da resposta imunitária do organismo, os linfócitos T, quando estas se encontram num modo super-inflamatório necessário para combater infeções persistentes ou, pelo contrário, como no caso de doenças autoimunes, atacando os próprios tecidos. Este recetor, denominado por CCR2, é diferente daquele que até à data se tinha assumido estar envolvido neste tipo de resposta imunológica.
A comunidade científica “tem-se focado no recetor CCR6 como o único alvo desta resposta inflamatória”, revelou, em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Shaun McColl.
Contudo, o estudo demonstrou que na verdade o recetor alvo é o CCR2. Verificou-se que o bloqueio do CCR6 piorava a doença. Na opinião dos investigadores se for possível encontrar um antagonista (molécula que se liga ao recetor e bloqueia a sua ativação) específico para o recetor CCR2 nos linfócitos T, poderá ser possível controlar a progressão da esclerose múltipla.
Os investigadores referem ainda que esta descoberta pode ajudar a melhorar as vacinas a combater as infeções.
“Contrariamente às doenças autoimunes, onde a resposta imunológica está a destruir as suas próprias células e o objetivo é bloquear a migração dos linfócitos T, no caso de uma infeção persistente queremos ativar a resposta super-inflamatória e aumentar a migração deste tipo de células para os locais onde elas são necessárias. Esta investigação pode ajudar a orientar o desenvolvimento de vacinas que podem forçar este tipo de resposta imunitária”, concluíram os investigadores.
Esclerose múltipla: resposta imunológica pode ser melhoradaNotícias de Saúde
Terça, 03 de Novembro de 2015 | 118 Visualizações

Fonte de imagem: diga33.
Investigadores australianos dão mais um passo importante no sentido de bloquear o desenvolvimento da esclerose múltipla e outras doenças autoimunes, dá conta um estudo publicado na revista “Nature”.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Estudo publicado na revista “Nature Communications”
Estudo publicado na revista “Nature Communications”