Um novo estudo sugere que a aspirina, usada globalmente para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, não exerce qualquer efeito, ou muito pouco, sobre certos pacientes com aterosclerose.
A aspirina faz reduzir os coágulos sanguíneos, sendo assim eficaz no tratamento de acidentes vasculares cerebrais e de ataques agudos do miocárdio.
O estudo conduzido por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade da Flórida, analisou o historial clínico de mais de 33.000 pacientes com aterosclerose, que consiste no endurecimento e estreitamento das artérias.
Os pacientes foram divididos em dois grupos: um com 21.724 pacientes com aterosclerose que tinham sofrido um evento isquémico (acidente vascular cerebral (AVC) ou enfarte agudo do miocárdio), e o outro de 11.872 pacientes com aterosclerose estável e que não tinham historial de evento isquémico.
Foi apurado que nos pacientes com aterosclerose que tinham um historial de evento isquémico a aspirina exerceu um benefício marginal.
No entanto, nos pacientes com aterosclerose e sem historial de ataque agudo de miocárdio ou AVC não foram encontrados benefícios evidentes com a toma da aspirina. O risco de morte cardiovascular, AVC e ataque cardíaco era de 10,7% nos pacientes deste grupo que tomavam aspirina e de 10,5% nos que não tomavam aquele fármaco.
Os investigadores detetaram, contudo, um grupo que beneficiava com o tratamento com aspirina: os pacientes com bypass coronário ou stent, mas sem historial de AVC, enfarte de miocárdio ou outro problema arterial.
Anthony Bavry, docente na Faculdade de Medicina, cardiologista e um dos investigadores neste estudo, ressalvou que os achados são de natureza observacional e que, portanto, são necessários mais estudos e ensaios clínicos antes de se declarar que a aspirina não produz efeito ou muito pouco sobre alguns pacientes com aterosclerose.
No entanto, o especialista argumentou que estes achados não retiram o papel vital da aspirina em situações mais imediatas como a suspeita ou início de ataque de miocárdio ou AVC, em que se deve dar este fármaco ao paciente.
“O benefício da aspirina continua a manter-se em eventos agudos como um ataque de coração ou AVC”, explicou o médico. É importante distinguir os pacientes que não necessitam de aspirina pois este fármaco pode causa hemorragias gastrointestinais e (embora menos) no cérebro.
A aspirina não reduz a ateroscleroseNotícias de Saúde
Quinta, 08 de Junho de 2017 | 203 Visualizações

Fonte de imagem: Dr. Weil
Um novo estudo sugere que a aspirina, usada globalmente para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, não exerce qualquer efeito, ou muito pouco, sobre certos pacientes com aterosclerose.
Autor
Alert Life Sciences
Alert Life Sciences
Referência
Estudo publicado na revista “Cardiology”
Estudo publicado na revista “Cardiology”