O reto, segmento final do tubo digestivo, localiza-se num túnel ósseo, de difícil acesso, com relações anatómicas próximas com a bexiga, com a próstata nos homens, e com o útero e vagina nas mulheres. Além destes órgãos, está ainda próximo de nervos regionais. Assim, na cirurgia do cancro do reto, devem ser considerados, também, aspetos relativos à preservação das funções urinárias e sexual.
A cirurgia do cancro do reto pode ser realizada por via transanal (através do ânus) ou por via abdominal.
Quando é realizada por via abdominal pode ser usada uma incisão única e grande (cirurgia aberta) ou várias incisões de dimensão reduzida através das quais se insufla gás e se introduz uma lente iluminada ligada a uma câmara que permite visualizar as manobras cirúrgicas (cirurgia minimamente invasiva ou laparoscópica). A abordagem laparoscópica pode, ainda, ser assistida por cirurgia robótica. A ressecção por via trananal pode, também, ser apoiada por técnicas endoscópicas, designando-se então microcirugia transanal endoscópica.