O cancro da mama é um tumor maligno – um cancro – que afecta sobretudo as mulheres e que, em Portugal, condiciona cerca de 4 500 novos casos por ano. É provavelmente a doença que as mulheres mais temem e este receio resulta da sua frequência, do impacto em termos de mortalidade – cerca de 1500 casos/ano – e das importantes implicações que o diagnóstico e o tratamento vão condicionar na mulher e no seu corpo.
Dito isto, é importante salientar que, nas últimas décadas, se vêm registando enormes avanços científicos e novas formas de organizar o combate a esta doença que permitiram, de forma significativa, aumentar a esperança de vida, reduzir a mortalidade e minorar o impacto da doença na vida da mulher.
Entre as contribuições mais decisivas encontram-se os avanços no diagnóstico precoce, a descoberta de novas armas terapêuticas e a utilização de diferentes técnicas cirúrgicas, mais conservadoras, que poupam a mama e evitam as complicações das cirurgias mais radicais.
Mas o que acontece, então, na mama para explicar o aparecimento de tal lesão?
Pode dizer-se que, a certa altura, há um “grupo” de células que começa, ao contrário do que seria normal, a crescer e a dividir-se de forma descontrolada, destruindo e ocupando o espaço das células normais que lhe são vizinhas e acabando por invadir, directa e indirectamente – por exemplo, através dos gânglios linfáticos –, outros locais do corpo, mais ou menos distantes.
Os mecanismos que permitem iniciar este processo não estão completamente esclarecidos, mas acredita-se que resultem de influências entre a herança genética de cada indivíduo e a interacção destes factores genéticos com causas ambientais. Convêm, contudo, salientar que apenas 5-10% dos tumores da mama são consequência directa de uma herança genética.